Sabe aquela máxima de “não faça guerra, faça amor”? Ela foi adaptada para “não faça guerra, faça fondue” na Suíça de 1930. Acontece que esse prato delicioso, que virou na verdade um grande evento (chamar amigos, família, sair pra comer fondue na casa de alguém… e tem que estar à altura do que será servido!), surgiu justamente durante a Segunda Guerra Mundial. E não foi nem por inovação na cozinha: foi por necessidade mesmo.

Se hoje a gente se programa – inclusive no orçamento – para fazer um bom fondue, a origem da iguaria vem da luta contra a fome. O inverno era rigoroso e as batalhas não cessavam, e os camponeses, que moravam nas regiões montanhosas da Suíça, não tinham como descer para buscar mantimentos nas cidades. O jeito, então, era reaproveitar o resto do que sobrava, e o que sobrava era queijo, já que a maioria dos camponeses vivia de produzir leite. Com as misturas dos queijos a ideia era produzir uma sopa, um alimento nutritivo e quente, que desse conta de espantar um pouco do frio. Os queijos ficavam no fogo até derreter, mas sua consistência era mais cremosa. Aí entra o pão, que os camponeses mergulhavam no creme, enquanto ele ainda borbulhava.

A Segunda Guerra Mundial terminou em setembro de 1945, mas o fondue só se tornou realmente famoso na década de 1950, pelas mãos do chef Conrad Egli, que começou a servir o prato no seu restaurante… em Nova York. E, com a aceitação pública, a iguaria acabou ganhando, ainda nessa época, sua versão sobremesa: o fondue de chocolate.

Hoje, quando nos sentamos para degustar esse prato tão refinado, pouco sabemos sobre sua história. Fondue, em francês, significa “derretido”, e pela Europa é tratado como substantivo feminino – o certo seria falarmos “a fondue”, e não “o fondue”. O jeitinho de tratar o nome pode enfrentar alguma resistência à mudança, mas a receita se adaptou nos últimos anos e, hoje, não fica só no “queijo derretido e pão”. Aliás, podemos variar até mesmo no queijo, usando Gouda, Gorgonzola, Emmental e Gruyère. E os acompanhamentos podem ser pão, carne, torradas, biscoitos. A versão de chocolate fica uma delícia com frutas e castanhas e também não pode faltar à mesa de quem aprecia essa grande invenção suíça, que, por acaso, a gente traduziu com precisão na nossa linha Fondue Sabores.

Agora que você já conhece a história, essa é mais uma para contar nas muitas noites de fondue, inverno afora…